Não é o vazio que dói
É essa plenitude da ausência
É essa plenitude da ausência
Da distância infinita...
Que se criou do nada
intencional.
Não é o transcender do
ilusório,
o vazio...
É o transbordar das noites
sem ti
É a espera dos dias
infindos
E os amanheceres cheios de
recomeços iguais.
Não é a fugaz beleza do
encantamento
Que machuca, que se rebela
no peito
É a impossibilidade do
haver
O caminhar lento e
solitário rumo ao acaso.
Como vultos incoerentes,
obstinados
Fazendo-me crer no
inexistente
Não é o vazio que dói
Mas, tudo o que se faz vazio,
deserto!
Madalena Gomes
João Pessoa, Pb.
03.01.2018
3 comentários:
Que delicia! Não é o vazio que dói... muita poesia... amei! Beijos
O doer de uma ausência pela distência deve ser menor que uma distância que se instala estando com o outro perto. E diante dessas duas dores, faz-se reconfortante o sentir-se presente mesmo estando distante. Belo poema, Poetisa Madalena, esse seu DESERTOS
Obrigada Ismeraldo, há Desertos que não doem, realmente, qdo a presença existe mesmo que seja em sonho é reconfortante, sim. Embora ilusória a compensação precisa se formar em nossos corações, é uma forma de sobrevivência às adversidades que são criadas pelos Desertos reais da vida!
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