CIRANDAS



Desatino




Te conheci. Ressurgiram em mim
Tantos desatinos que estavam adormecidos!
Alguns, até mortos...
Me desconheci!

E nos tocávamos sem pudor, 
sem medos,
A nos penetrar um na alma do outro
De corpo inteiro, ao som do mar.
Éramos, a princípio, sem princípios.

Foi mágico!
Fechamos os olhos às evidências e nos jogamos...
Quando, enfim, nos demos conta,
os fogos estouravam em todos os céus do Universo
Era o desatino em prazer.
E me perdi em mim mesma

Agora, a luz do dia se acende,
Adormecem os sonhos e tudo é torpor.
Nada mais existe além do sossego da praia
Amanhecida à espera do abraço do mar...
E eu, sozinha, meus pedaços a juntar!

Madalena Gomes
João Pessoa, Pb
12.01.2018
 


Outono – Nostalgia

Ah, que saudade daquela primavera
Em que meus olhos enchiam-se de flores
Dos campos de minha infância,
sofrida e encantada.

Que saudade daqueles verões cheios de
Fogo de paixões
Em que meu coração enchia-se de certezas
Do futuro tão incerto.

Ah, os meus invernos cálidos e solitários
Em que minhas lágrimas misturavam-se à chuva
E meu olhar perdia-se ante as águas que corriam
Calçadas afora...

Mas, encontrava-se lá no meio da chuva,
nos banhos alegres cheios de infância
ingênua e inquieta,
cheios de adolescência
apaixonada por tudo que tocava, sentia...

Ah, esse Outono de minha vida!
Agora sei tudo que pensava saber;
Agora sinto concreto todos os sonhos que idealizei
E temo o futuro que pensei houvesse chegado.

Mas, o futuro ainda é amanhã
Cheio de novas estações
Que abraçarão meus infinitos sonhos de Outono.




Madalena Gomes
Campina Grande, PB
12.03.2011

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